A recém-lançada pesquisa Comunicação Interna Trends 2025, realizada pela Progic e Indicafix, traz um retrato valioso sobre como as empresas brasileiras estão conduzindo sua comunicação com os colaboradores. Com a participação de 289 profissionais de diferentes regiões, setores e portes, o estudo não apenas aponta tendências, mas evidencia desafios que ainda precisam ser enfrentados com estratégia, inovação e empatia.
Neste artigo, compartilho os principais aprendizados da pesquisa e reflexões sobre como essas descobertas impactam a forma como as organizações se comunicam — especialmente em um contexto onde experiência, agilidade e conexão são palavras-chave.
Engajamento continua sendo prioridade — mas o alcance ainda é um desafio
Engajar colaboradores é o principal objetivo da Comunicação Interna para 76,8% das empresas. Em seguida, aparecem o alinhamento à cultura organizacional (72%) e a comunicação da estratégia (37,4%). Ou seja, há uma clara intenção de tornar a CI um pilar da experiência do colaborador e da estratégia organizacional.
No entanto, 53,9% das empresas ainda relatam dificuldades em alcançar todos os públicos internos — especialmente colaboradores operacionais e sem acesso a dispositivos digitais. Isso mostra que, embora o direcionamento esteja no caminho certo, a execução ainda precisa evoluir em termos de canais, linguagem e acessibilidade.
A liderança é reconhecida como essencial, mas precisa ser mais preparada
Um dos dados mais relevantes da pesquisa está relacionado à liderança. 85% das empresas reconhecem a importância dos líderes na disseminação das informações, mas apenas 9,3% afirmam que a alta liderança está realmente envolvida nas ações de CI. E mais da metade (58,8%) não possui um programa estruturado para apoiar esse público.
Isso revela uma grande oportunidade: desenvolver líderes como comunicadores estratégicos. Quando bem preparados, eles têm o poder de ampliar o alcance das mensagens, gerar confiança e promover alinhamento com os objetivos do negócio.
Tecnologia cresce — mas sua adoção ainda é gradual
A digitalização da comunicação interna está em andamento. Canais como TV Corporativa, podcasts e aplicativos corporativos ganham espaço, ao passo que ferramentas mais tradicionais, como WhatsApp e murais impressos, começam a perder relevância.
Ainda assim, apenas 15,6% das empresas priorizam o uso de inteligência artificial na comunicação, e somente 12,4% utilizam influenciadores internos para descentralizar as mensagens. Isso demonstra que a tecnologia já faz parte da conversa, mas sua adoção ainda é tímida.
Para empresas que desejam alcançar todos os públicos com agilidade e personalização, a combinação entre dados, automações e inteligência artificial será um diferencial competitivo cada vez mais relevante.
Mensuração: um passo essencial para mostrar valor
Cerca de 40% das empresas ainda não mensuram suas ações de Comunicação Interna. Isso representa um entrave importante, pois dificulta o entendimento sobre o que funciona, onde estão os gargalos e como justificar investimentos para a liderança.
A pesquisa mostra que as métricas mais acompanhadas hoje são engajamento nas campanhas, alcance dos canais e alinhamento estratégico. Mas há espaço para uma análise mais robusta, conectada aos objetivos do negócio e à experiência do colaborador.
Comunicação mais humana, segmentada e estratégica
Outro destaque é o desejo por uma Comunicação Interna mais humanizada e integrada à cultura organizacional. 22,8% das empresas têm como prioridade equilibrar o uso da tecnologia com personalização e empatia, o que demonstra maturidade na forma de enxergar o papel da CI.
Além disso, mais da metade das empresas (51,6%) dizem que sua prioridade em 2025 é comunicar cultura e estratégia com clareza e consistência, o que reforça o posicionamento da comunicação como uma aliada da transformação organizacional.
E o que isso tudo nos ensina?
A pesquisa deixa um recado claro: a Comunicação Interna está evoluindo — mas ainda há um espaço importante para crescer em profundidade, capilaridade e protagonismo.
Empresas que desejam construir um ambiente de trabalho mais conectado, produtivo e alinhado precisam:
- Repensar seus canais e formatos para alcançar todos os públicos.
- Desenvolver líderes como comunicadores e não apenas como gestores.
- Investir em dados, tecnologia e automações com olhar estratégico.
- Manter a humanização no centro — mesmo (e principalmente) com o apoio de ferramentas digitais.
Em resumo, a Comunicação Interna em 2025 pede equilíbrio entre inovação e empatia, entre estratégia e execução. E as empresas que entenderem isso sairão na frente — não só em engajamento, mas em performance e cultura organizacional.