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O paradoxo da IA no RH: mais tecnologia, mais humanidade

Tempo de leitura: 2 minutos

Nos últimos anos, a inteligência artificial e a automação vêm transformando a maneira como trabalhamos. Em diversas áreas, essas tecnologias têm sido encaradas como ameaças à atuação humana, mas no setor de Recursos Humanos a realidade pode ser justamente o oposto. O RH tem diante de si uma oportunidade única: tornar-se mais estratégico e, paradoxalmente, mais humano. Mas, para isso, é preciso entender que a IA não substitui pessoas – ela libera tempo para que os profissionais possam realmente se dedicar ao que importa: as pessoas.

Hoje, a rotina do RH ainda é dominada por processos operacionais e burocráticos. A pesquisa da ABRH Brasil revela que 70% dos profissionais de RH gastam a maior parte do tempo com tarefas como gestão de folha de pagamento, administração de benefícios e atendimento a dúvidas frequentes. É um cenário preocupante, pois significa que a maior parte do esforço do setor está voltada para questões administrativas, e não para o desenvolvimento dos colaboradores. No entanto, com a IA assumindo grande parte dessas tarefas, o RH pode finalmente ocupar o papel estratégico que sempre deveria ter tido.

Estudos mostram que até 60% das atividades de RH podem ser automatizadas com IA e automação de processos. Isso significa que, em vez de se perder em planilhas e e-mails repetitivos, os profissionais poderão se dedicar a iniciativas que realmente impactam a experiência dos colaboradores. As empresas que já adotam automação no RH conseguem reduzir o tempo gasto com processos burocráticos em até 40%, segundo o Gartner. Ou seja, a tecnologia não está eliminando o trabalho humano – está permitindo que ele seja melhor aproveitado.

Com mais tempo livre, o RH pode finalmente se tornar um setor voltado para as pessoas. Assistentes virtuais e chatbots, por exemplo, conseguem reduzir em até 50% a carga de atendimento humano, liberando os profissionais para atuarem onde realmente fazem a diferença: ouvindo os colaboradores, entendendo suas necessidades, desenvolvendo planos de carreira e criando um ambiente de trabalho mais saudável. E isso tem impacto direto nos resultados da empresa.

Uma pesquisa da Gallup aponta que colaboradores que percebem um RH mais próximo e estratégico são quase quatro vezes mais engajados e têm 28% menos chances de deixar a empresa. Isso acontece porque um RH presente e acessível faz com que os funcionários se sintam valorizados, o que se reflete diretamente na produtividade e no clima organizacional. Além disso, a IA também contribui para a personalização da experiência dos colaboradores, desde a recomendação de benefícios até trilhas de aprendizado sob demanda.

O Futuro do RH

Inevitavelmente, o futuro do RH passa pela tecnologia. O mercado global de tecnologia para gestão de pessoas deve alcançar US$ 35 bilhões até 2028, impulsionado justamente pela adoção crescente da IA. E isso significa que a resistência à automação dentro do RH não é apenas um atraso na modernização das empresas, mas uma barreira para um ambiente de trabalho mais humano e eficiente. Quanto mais rápido os profissionais entenderem isso, mais cedo poderão aproveitar os benefícios dessa transformação.

Não se trata, portanto, de substituir o RH humano pelo digital. Pelo contrário, o verdadeiro valor da IA está em permitir que os profissionais de RH finalmente se dediquem ao que deveriam: às pessoas. O futuro do setor não será apenas sobre tecnologia, mas sobre como usá-la para construir ambientes de trabalho melhores, mais engajadores e, acima de tudo, mais humanos.

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